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O voo da borboleta

"Para tudo há um tempo exato, e ninguém consegue mudar o propósito de Deus quando Ele decide.

Nem mesmo o dia de nascer e o dia de morrer." Eclesiastes 3


Não sei bem porque, mas fico absolutamente fascinado com o voo da borboleta.


Aliás, não acho que a borboleta voe, pois para mim ela baila, ao ponto de fazer inveja ao Bolshoi.


O que mais imanta meus olhares reflexivos é a imprevisibilidade de seus movimentos. Eles são de uma tal leveza, surpreendentes! Hipnotizam-me, ao mesmo tempo em que me desafiam a tentar prevê-los.


Quando dou por mim, me pego bailando mentalmente; e, cansado de ser surpreendido, finalmente sorrio, rendendo-me à sua liberdade, beleza e espontaneidade - próprios de alguém infinitamente livre das amarras da razão, que só faz querer entender.


A vida é também assim, como ela: não se pode prever!


Nesse exato momento você está com o seu dia todo calculadinho e basta um soprinho divino para bagunçar sua tão organizadinha agenda.


O ditado lídiche diz: "Enquanto o homem planeja, Deus gargalha!".


Rosinha morreu!


Vou participar, como pastor e amigo, de seu sepultamento hoje pela manhã, apesar de seus 61 anos, dos quais bem mais de 30 anos foram de amizade.


Ela se foi, como, aliás, chegou por aqui: sem autorização de ninguém. Afinal, por mais que deteste admitir, sendo tão apaixonado pela vida, é necessário dizer que nós não a podemos controlar. Pois Deus, como as borboletas, é surpreendente.


Minha alma chora ao saber de seu corpo inerte sem sentidos, mas também sorri ao eternamente lembrar de seus lindos olhos estampados em seu sorriso mineiro e seus gestos sempre recheados de carinho e de um jeitinho que, por certo, sulcaram o coração de seus queridos e queridas.


Não tenho medo, não paralisarei, não me desesperarei!


Continuarei a contemplar as borboletas.


Pastor Marcos Amaral

Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá

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